REPARANDO NA NOITE
Ai madrugada bisonha
de chuva que rega
a vegetação já medonha
na noite cega!
Vejo e ouço a chuva
que cai no telhado,
como um tapa de luva
no teto fechado
que não lhe retem
nem gotas além.
Tépida sopra brisa
pela fresta da janela
que meu corpo precisa,
tem desejo por ela.
Vai na noite espantos,
mesclam-se encantos
dos mitos da mente
cada qual referente.
Não me agrada o estio
quando de cansaço eu durmo
leve e sono macio
me perdendo em seu turno
e neste negro vazio.
Me consome o calor
que umidece os lençois
como sentena de sois
me causando langor.
(YEHORAM)