O SER POETA

Se a minha poesia

Mostra-lhes uma verdade

Que, na verdade, eu nunca vivi

Eu lhes garanto, com sinceridade

Que eu, poeta, nunca lhes menti.

Eu, pessoa, não tenho

A mente em brasas

Vivo a tranqüilidade da razão

Mas o poeta que,

Há em mim, tem asas

Não precisa colocar os pés no chão.

O ser poeta vive a alquimia

Da transmutação

De um ser em outro ser

E esse ser que voa na poesia

Tem um viver

Além do meu viver.

O ser poeta busca na tristeza

De amores não vividos,

Inspiração

Rasga o peito

Pra morrer na alegria

Mas dar sentido

A sua emoção.

Assim, o abstrato ser poeta

Independente da minha mente sã

Em seus delírios me envolve

E me completa

No ontem, no hoje e no amanhã.

E esse mesmo abstrato ser poeta

Que me adormece quando quer viver

Faz da minha vida uma festa

Esculpindo-a com palavras de seu ser.

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 07/12/2010
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