VISÃO DO MUNDO
Na rua, movimentos. Passam
De lá pra cá, de lá pra cá, de lá pra cá...
De repente. Na rua ouço gritos.
São vozes na multidão descompassada
Que passa e passa.
São vozes de crianças que choram por não ter o leite materno
[o colo das babás,
[o futuro.
É só mais um homem que morre
no meio da massa
compacta,
inexata,
fria. Só mais um sorriso que saiu dos
lábios e agora
no cimento padece.
Na rua, agora é noite.
O sangue já escorreu pelos bueiros. A vida
Continua. Foi só mais um no meio do meio ao meio.
É assim. O mundo gira infrene.
Antes fosse um cão, latindo, uivando.
Dar-lhe-iam a construção complexa de
Um lar.
Mas de todos mesmo fim,
Era apenas mais um homem que morre!