JARDINEIRO

Perdão, minha flor, se te magoei!

Não tive a intenção, somente amei.

Mas não contive a inxorrada

que arrastava a noite enluarada.

Sinto muito, se não fui perfeito,

mas, me sinto arbusto honesto,

cresço para o alto e direito

com meus tímidos ramos, sou modesto.

Não fui plantado em areia,

por isso, tenho minhas raizes,

que em minhas sombras permeiam

mesmo em minhas cicatrizes.

Perdão, minha flor, se tanto te amei!

Me dediquei a ti noite e dia,

tudo em ti, o teu cheiro, respeirei e aspirei,

pois saudades tua eu sentia.

Perdão, minha flor, se contigo sonhei!

Sonhei com o nosso futuro:

Para mim eras rainha e eu o teu rei,

sonhei, sim, eu te juro!

Perdão, minha flor, se te desejei!

Tu estavas deitada linda e nua,

quando suavemente te beijei

sob o fulgor da noite e da lua.

Perdão, minha flor, se não te reguei!

Se não te reguei sequiosa;

é que me perdi e me apaixonei,

de tão bela e viçosa!

Perdão, minha flor, se não te podei!

Por isso, crescestes e ocupaste demais

e em tuas verdes folhas eu pisei,

te magoando sem motivos reais.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 06/12/2010
Código do texto: T2657182
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