Escorre feito água em minha mão
cada som que tiro da minha guitarra
ela chora lentamente, vibra
como a dor no meu peito,
só eu e ela entendemos
cada acorde...
somos solos.. imperfeitas!
somos deixadas no vento
vamos descortinando sons interiores
de lamentos, e gritos, dores
e todas essas raivas contidas
sintetizadas..
desbravo minha fúria neste ritmo
que só eu entendo com meus fones de ouvidos
só eu ouço, me permito!
Ouvir meus gritos de forma inaudita
nesse recinto em que nos fecho
estéreo, etérea sonoridade
desmentindo minhas verdades
Cada corda, acorda outra razão
cada nota, como em uma profusão
de imagens, me revira,
e nós,somente nós
criadora e criatura
não nos espantamos com nossas falas
nenhuma novidade,
nenhum novo vício
nos dedilhamos,
somos um só braço cortando
pensamentos bravios.
Cristhina rangel.