Eu e minha guitarra.  




Escorre feito água em minha mão

cada som que tiro da minha guitarra

ela chora lentamente, vibra

como a dor no meu peito,

só eu e ela entendemos

cada acorde...

somos solos.. imperfeitas!


somos deixadas no vento

vamos descortinando sons interiores

de lamentos, e gritos, dores

e todas essas raivas contidas

sintetizadas..


desbravo minha fúria neste ritmo

que só eu entendo com meus fones de ouvidos

só eu ouço, me permito!


Ouvir meus gritos de forma inaudita

nesse recinto em que nos fecho

estéreo, etérea sonoridade

desmentindo minhas verdades


Cada corda, acorda outra razão

cada nota, como em uma profusão

de imagens, me revira,

e nós,somente nós

criadora e criatura

não nos espantamos com nossas falas

nenhuma novidade,

nenhum novo vício

nos dedilhamos,

somos um só braço cortando

pensamentos bravios.



Cristhina rangel.



Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 06/12/2010
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