CaMaLeOa
Como um distender de minhas extremidades
Pernas e braços se comunicam
Perfazendo uma ilusão quase simples
Sobre o que entendo de pronto em cada segundo
Que ilumina o tempo da felicidade.
Com a leveza que vem desses momentos
Desemboco fluidicamente como um rio
Descendo por corredeiras estreitas
Remodelando os espaços
Já predestinados por esse ou aquele caminho.
E é por isso, que já não me importa
O quanto já se foi, o quanto já se fez coragem
O resto que já foi comido
Ou a noite que já desceu para dar lugar ao fiar das primeiras luzes
A força de outrora já perdida no guerrear do dia
Já não faz mais sentido.
Porque o amanhã já está grávido, do novo que chega
Cheio de alaridos e arrepios
Ui! Que frio traz esse vento da novidade
Que calor tem esse novo toque
Que sabor tem essa nova boca...
Humm... vem, anda, vem logo!
Me penetre com seus movimentos lentos de tudo que surge
Faça nascer em mim, o agora
A urgência de tudo
A fome para o instante parco da eternidade.