SOLDADOS SOLDADOS
heróis derretidos de plástico
jazem n’outro plástico
sem qualquer reação
figuras tenras do medo
já não guardam segredos
trazem no rosto ilusão
cavam um túnel de dores
e te trazem flores
louvavam tua presença
e num pranto distante
calado, disforme
desejam a existência
tristemente estáticos
ficam trancados
imóveis no perecer
rezam cantando contentes
sem ranger os dentes
pedindo para nascer
nadam no lago de fogo
moldados num jogo
que o olhar reduz
e o que resta? o descanso
dois dias e meio
sem contar com a luz
para ti
nada mais
além do mais
nada de ti
(Gabriel)