TAMAREIRA DE ASHDOD

Linda é a tamareira

nas bordas de Ashdod

coberta de poeira

que o vento sacode!

Vejo da minha soleira

um kasam que se explode.

Nas orlas da sua praia

tâmaras salpicadas no chão

uma linda samambaia

nesta manhã de verão...

Uma moça de mini saia

nos braços do caramanchão.

Na minha linda visão

que tenho da minha janela,

o mar na sua imensidão,

no céu escrito o nome dela

com as chamas do meu coração.

Uma canção do oriente

me lembra da tua tenra cor,

o brilho deste sol quente

refletido em minha flor

cravado firme em minha mente

com o maçarico do amor.

Da tamareira, uma saudação,

trinca o céu azul sobre o veleiro,

a espera do vento e de uma canção

na volta do amor verdadeiro

que vem lhe pedindo perdão.

Retrata assim a minha terra:

Ashdod, o amor dos meus sonhos,

que vive tão perto da guerra

e tão longe de fins tristonhos

e dos mortos que ela enterra.

E nesta minha visão quimera

deste verão médio oriental,

por fim chegou a primavera,

as lindas flores como um sinal

do irromper de uma nova era

que é trazida num vendaval.

Na boca desta manhã

me sopra o seu bafo faceiro

da tradição que é tua irmã,

a raiz do teu chão inteiro

que plantei com meu pé no chão.

A tamareira em solo estrageiro

não gera a mesma emoção.

Mas nesta tua face rubra

o valor da tua sorte

antes que o amor descubra

um beijo que te conforte

e o sol que te reanima

com os seus raios coloridos

os segredos por ele mantidos

avante por ela, kadima!

Se fica triste e perdida

numa espera que anoitecia,

a tamareira toda enfronhada

no por do sol que se fazia

a façanha mais sonhada:

Bem vinda, ó luz do dia!

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/12/2010
Reeditado em 06/12/2010
Código do texto: T2654524
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