[Imagens... Disjunções...]
Afinal, por que penso em você,
agora, em meio ao ruído de uma festa,
se estou assim —
disjunto no tempo,
disjunto no espaço,
disjunto nas possibilidades?
Quando vêm de você
as imagens, eu estou onde...
Perdido, mas em que tempo?
Essa revisitação já deveria ter
se estancado, assim como a gente
fecha um escape de águas
há muito represadas.
Agonia... essa revisitação
de tempos e sentimentos
não resolvidos... Tão vivos!
A criança que existe
em mim, é para sempre —
acenda-se uma pequena luz
e saio a procurar razões
que são só desrazões.
[Penas do Desterro, 04 de dezembro de 2010]