BORBOLETAIS
Vejo-as na alma pintada
que mal poderei ser ausente,
Enquanto o não for de mim,
entre as quimeras do jardim
Que me dobra em memória
borboletas vistas e notórias,
as quais se fazem em emoção a minha história.
Quem delas livre está? Ou quem delas é isento?
Que alma, que razão, que entendimento
pode-lhes fugir dos sentimentos?
Voo sem asas; estou cega e as sigo
Usando da liberdade, é que delas sou cativo;
Tais os extremos em que triste vivo!
Secar as frescas rosas, sem colhê-las
Beijar tantas borboletas, sem as tê-las
suspirar a vida, contando estrelas...
Beijos Borboletais