Nostalgica
Desesperada e fria, mãos à cabeça
Ouço o apito do trem... Partiu.
Levou meu tudo, tudo meu Deus!
Desato o nó desse peito ferido
Um choro seco doido e doído
Como o apito ausente e deserto
Que concretizou tanto, muito perto.
Trilhos, rodas, outros caminhos,
Novos rumos, diria, novos dias.
Mas, na verdade o que não liberta
Revive nas sobras do adeus, renova.
Assim, atrás da coluna da estação,
Um aceno desenha no ar de fumaça
O silencioso cair da pétala de uma rosa.