O POETA
Val-Larbacky
Estranho ser, o poeta!
Navega...
Navega e aporta feito frágil barquinho de papel
nas mãos de menino a girar em bacia d’água.
Logo é o próprio menino com o nariz achatado em janela de trem,
vendo o mundo a correr em imagens rápidas diante de seus olhos...
Rompe estações e põe-se a caminhar por sinuosas estradas,
deixando ecos nas encostas e vales...
Diante do horizonte, transforma-se em pesado transatlântico a
cruzar intempéries continentais.
Lança âncora sobre o nadir e mergulha na
imensidão azul ao encontro de seres abissais...
Emerge rumo ao zênite a buscar desconhecidas longitudes infinitas...
Logo é foguete meteorológico rompendo nuvens, colhendo tempestades.
Transformado em cosmonave desbravadora de novos ares,
segue divisando horizontes, procurando nortes.
É nave imaginária a visitar universos...
Agora, flutua feito pólen sobre jardins...