O POETA
Val-Larbacky


Estranho ser, o poeta! 

Navega...

 

Navega e aporta feito frágil barquinho de papel

nas mãos de menino a girar em bacia d’água.


Logo é o próprio menino com o nariz achatado em janela de trem,

vendo o mundo a correr em imagens rápidas diante de seus olhos...

 

Rompe estações e põe-se a caminhar por sinuosas estradas, 

deixando ecos nas encostas e vales...


Diante do horizonte, transforma-se em pesado transatlântico a

cruzar intempéries continentais.

 

Lança âncora sobre o nadir e mergulha na 

imensidão azul ao encontro de seres abissais...


Emerge rumo ao zênite a buscar desconhecidas longitudes infinitas...

Logo é foguete meteorológico rompendo nuvens, colhendo tempestades.

 

Transformado em cosmonave desbravadora de novos ares, 

segue divisando horizontes, procurando nortes. 

É nave imaginária a visitar universos...

 

Agora, flutua feito pólen sobre jardins...
 

Val Larbacky
Enviado por Val Larbacky em 04/12/2010
Reeditado em 13/11/2024
Código do texto: T2652161
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