Utopia poética
Quero compor um poema
que atravesse corpos
que lustre almas
que transforme o dia
que faça brotar saltos e gargalhadas
que inspire canções
que desnude emoções
que provoque delírios
que inebrie o cético
que revele segredos escondidos
que salte das páginas
e tome corpo
e em alegóricos adornos
que dance em meio ao nada
e dançando contagie
as moças e os rapazes
que brilhe nos olhos dos mortais
que embriague
e sacie a sede de vida
da humanidade
que entre devaneios e ilusões
trace novos refrões
que faça olhares se encontrarem
e mãos se tocarem
que dê sentido à vida,
palco de seres esquecidos
de por em cena seus próprios risos.