A FLOR DA PELE


Gotas transbordam o céu de não o serdes
A beber da chuva como quem mata a sede
nestas partículas que implodem o corpo
metades complexas do meu todo
O poeta era eu, e eu o próprio lamento,
a transpirar os excessos dos sentimentos
na boca silente de qualquer argumento
bebendo da chuva, a cura e o veneno
nas mãos que dançam sobre meus espinhos
Dos sonhos que mornos esperavam despertar…
em prece muda lhe aguardando chegar
embebida dos perfumes das mais caras rosas
que jorram dos meus jardins já sem pele
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 02/12/2010
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