AVESSO INVERSO
Vivo no escuro, na melodia de qualquer absurdo
recrio as imagens nas janelas do meu mundo
e tudo é tão relativo em sentidos e olhares obtusos
Num renuncio da palavra,
em dedos de mãos dadas
em silêncio de quase nada
Unindo significados, neste meu por acaso
percorrendo distâncias contrárias
num tempo que não para
Nestes dias em que esqueço o passado
nas letras que se escondem no papel amassado
nas agulhas internas que costuram o insensato
nestas flores que estampam o retrato
Lugares comuns... de não os ser
Nas verdades... de não se ter
Nestes amores... de os querer
Nestes desejos...de boba em boca
num presente não presenciado
num futuro jamais imaginado
em sabores...de nunca provados
num agora...imediato.