AVESSO INVERSO


Vivo no escuro, na melodia de qualquer absurdo
recrio as imagens nas janelas do meu mundo
e tudo é tão relativo em sentidos e olhares obtusos

Num renuncio da palavra,
em dedos de mãos dadas
em silêncio de quase nada
Unindo significados, neste meu por acaso
percorrendo distâncias contrárias
num tempo que não para

Nestes dias em que esqueço o passado
nas letras que se escondem no papel amassado
nas agulhas internas que costuram o insensato
nestas flores que estampam o retrato

Lugares comuns... de não os ser
Nas verdades... de não se ter
Nestes amores... de os querer

Nestes desejos...de boba em boca
num presente não presenciado
num futuro jamais imaginado
em sabores...de nunca provados
num agora...imediato.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 02/12/2010
Reeditado em 02/12/2010
Código do texto: T2650008
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