Desalento
Olhos tensos, Poesia febril,
Laços de desencanto;
Alabastro do vaso do amor
Derramado, incontido,
Quebrado, quebrantado
Por feitiço de fados e fadas
safadas safanadas;
Moinho sem vento...
Vento sem cabelos,
pelos e apelos sem carinho,
Abandono de Ninho;
Cão sem dono rosna
Boldo, absinto e Losna,
Faláceas de rei sem trono
No palácio irreal da dor;
Noite, maculada em dissabor,
Malas e males e muito mais...
Fora lá fora, tudo aqui dentro
É assim: Enfim, dar no pé,
Vender o invendável,
Ruas largas, calçadas...
Alamedas, flores, sabores,
Sequer isto se quer.
Até os dados dados se
Retornaram tomados,
Entornados pela força
Do abismo sísmico
Que tudo estremeceu.
Calçados apertados;
Ganhar um não pelo sim;
Não é só mais um fora
Fora de hora. E agora?
Fora o que aflora,
Tudo o que há em mim
É descomeço, desamor,
Dissabor que não tem fim...