Desalento

Olhos tensos, Poesia febril,

Laços de desencanto;

Alabastro do vaso do amor

Derramado, incontido,

Quebrado, quebrantado

Por feitiço de fados e fadas

safadas safanadas;

Moinho sem vento...

Vento sem cabelos,

pelos e apelos sem carinho,

Abandono de Ninho;

Cão sem dono rosna

Boldo, absinto e Losna,

Faláceas de rei sem trono

No palácio irreal da dor;

Noite, maculada em dissabor,

Malas e males e muito mais...

Fora lá fora, tudo aqui dentro

É assim: Enfim, dar no pé,

Vender o invendável,

Ruas largas, calçadas...

Alamedas, flores, sabores,

Sequer isto se quer.

Até os dados dados se

Retornaram tomados,

Entornados pela força

Do abismo sísmico

Que tudo estremeceu.

Calçados apertados;

Ganhar um não pelo sim;

Não é só mais um fora

Fora de hora. E agora?

Fora o que aflora,

Tudo o que há em mim

É descomeço, desamor,

Dissabor que não tem fim...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 02/12/2010
Reeditado em 06/12/2010
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