Imperfeição

A Imperfeição é minha,

Desejo-lhe mais do que posso,

Amo-te além do conciso,

Talvez eu viva de seus rastros,

Alimento-me de suas sombras,

E bebo seus olhares...

A contradição é minha,

Vago no seu vagar,

Amanheço em suas paisagens,

Minhas safras com tuas sementes,

Vivem a dançar,

Entre o jardim das Rosas...

Essa faca frígida,

Dissipando raízes aos poucos,

Em pedaços e entranha,

No sangue escasso,

Dessas veias mortas,

Que retém teu perfume,

Ainda reinando em meu corpo nu...

Incoerência na Imperfeição,

Não posso lhe amar assim,

Onde morrem e matam,

Fenecem e trucidam,

Lábios e uvas,

Violetas leves a voar,

Nos jardins do esmo...

Pois que toda minha razão é perdida,

Nos dias que decorrem sem rumor...

O que fariam nossos corpos unificados?

Somente o paliativo dos tempos,

O evitar das horas juntas,

E o porvir das dores dos instantes separados?

Não posso lhe Amar assim,

Nunca poderei,

Mas poderei tentar,

Como tentam todas as estações...

Renascendo empós o fim...

Dando vida ao vivido... Dando o não Fim...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 02/12/2010
Código do texto: T2648594
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