Poesia Double Face
Não sei dizer se a minha poesia
sou eu, quando saio de mim
ou se quando entro em lugares
desconhecidos dos meus desejos mais intimos
ou se é recondido dos meus medos
se minha poesia , é minha verdade
ou se é minha mentira
e já não me retrato dela!
Se minha poesia é minha maior riqueza
ou se é aterro onde despejo minha podridão
se nela encontro amor eterno
se nela sou dona de mais paixão.
Não sei nada da minha poesia
se é lugar em que me multiplico
ou se subtrai minha decepção
se é canto afinado
ou se é grito desafinado
diante das minhas visões.
Nem se é apenas vicìo, não sei!
Minha rotina talvez, só poetizar.
Virando as páginas como se fossem dias
rostos como se fossem páginas
deixando ali alguma saudade
provocando algum desejo , algum suspiro.
Acertando nisso, errando naquilo
Feita à quilo quando eu grito
e frase solta e perdida,
pra esconder algum profundo gemido
Se ela é a minha fome
ou se é ela meu alimento
minha poesia geminiana
moeda de pouco valor
Poesia double face.