Poesia Double Face

 

Não sei dizer se a minha poesia

sou eu, quando saio de mim

ou se quando entro em lugares

desconhecidos dos meus desejos mais intimos

ou se é recondido dos meus medos


se minha poesia , é minha verdade

ou se é minha mentira

e já não me retrato dela!


Se minha poesia é minha maior riqueza

ou se é aterro onde despejo minha podridão

se nela encontro amor eterno

se nela sou dona de mais paixão.


Não sei nada da minha poesia

se é lugar em que me multiplico

ou se subtrai minha decepção

se é canto afinado

ou se é grito desafinado

diante das minhas visões.


Nem se é apenas vicìo, não sei!

Minha rotina talvez, só poetizar.

Virando as páginas como se fossem dias

rostos como se fossem páginas


deixando ali alguma saudade

provocando algum desejo , algum suspiro.

Acertando nisso, errando naquilo


Feita à quilo quando eu grito

e frase solta e perdida,

pra esconder algum profundo gemido


Se ela é a minha fome

ou se é ela meu alimento


minha poesia geminiana

moeda de pouco valor

Poesia double face.




Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 01/12/2010
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