O GRITO

Crocita, em meus projetos brandos, grande corvo

enquanto risca o seu negrume em meus amares,

em meu melhor, minha esperança, o desestorvo

do que de mim, cruel, exala, meus sangrares.

Apavorada com grasnar sinistro, torvo,

minha esperança se ensurdece, os meus sonhares

não mais colorem a emoção e, triste, eu sorvo

nas profundezas lá de mim escassos ares.

Esta é a minha sensação ante o futuro,

como se fosse calabouço frio, escuro

no qual me vejo embaraçado em dura corda.

Eu bem que tento me livrar de tanto medo,

do calabouço, negro corvo em meu enredo,

mas não consigo! Então, eu grito: Ó, Deus, acorda!!!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 01/12/2010
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T2646914
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