O GRITO
Crocita, em meus projetos brandos, grande corvo
enquanto risca o seu negrume em meus amares,
em meu melhor, minha esperança, o desestorvo
do que de mim, cruel, exala, meus sangrares.
Apavorada com grasnar sinistro, torvo,
minha esperança se ensurdece, os meus sonhares
não mais colorem a emoção e, triste, eu sorvo
nas profundezas lá de mim escassos ares.
Esta é a minha sensação ante o futuro,
como se fosse calabouço frio, escuro
no qual me vejo embaraçado em dura corda.
Eu bem que tento me livrar de tanto medo,
do calabouço, negro corvo em meu enredo,
mas não consigo! Então, eu grito: Ó, Deus, acorda!!!