Caminhante



Chora o chão seco da saudade

família, irmãos, ficando fincados

na terra onde o sol é rei.

O resto caminha, entre espinhos

Ferindo a terra, desejando que a vida sangre


Terras estranhas, o seco na entranha

não se desfez,

Fica alí queimando, manchando a pele

A doçura do agreste, agre se fez.


Sem açucenas, sem rendas

sem renda...

Terezinha não come...

Reparte entre seis.


Caminha!

Caminha sem trégua

Só vê poços vazios de esperança

pequena e frágil à resguardar

Eu ...que era ainda criança


A vida seca-lhe os sonhos

Retira as raízes, tudo vira pó

pau, pedra e peleja...

Ela caminha pra chegar ao mar.



Cristhina Rangel.





(Uma honemagem à minha mãe Terezinha e a todas as bravas mulheres que vivem e que viveram nos sertões do Brasil, e as
bravíssimas retirantes que vivem em São Paulo ou outra grande
metrópole brasileira)









Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 30/11/2010
Reeditado em 30/11/2010
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