Caminhante
Chora o chão seco da saudade
família, irmãos, ficando fincados
na terra onde o sol é rei.
O resto caminha, entre espinhos
Ferindo a terra, desejando que a vida sangre
Terras estranhas, o seco na entranha
não se desfez,
Fica alí queimando, manchando a pele
A doçura do agreste, agre se fez.
Sem açucenas, sem rendas
sem renda...
Terezinha não come...
Reparte entre seis.
Caminha!
Caminha sem trégua
Só vê poços vazios de esperança
pequena e frágil à resguardar
Eu ...que era ainda criança
A vida seca-lhe os sonhos
Retira as raízes, tudo vira pó
pau, pedra e peleja...
Ela caminha pra chegar ao mar.
Cristhina Rangel.
(Uma honemagem à minha mãe Terezinha e a todas as bravas mulheres que vivem e que viveram nos sertões do Brasil, e as
bravíssimas retirantes que vivem em São Paulo ou outra grande
metrópole brasileira)