Abandonado
Uma borboleta aidética pousa
Sobre a cabeça de um poeta maldito
E faz um retrato bonito da morte
Do mesmo que em busca da sorte
Cortava o pé de coelho no grito
Com um pedaço do espelho quebrado
E os olhos inchados/vermelhos
De tanto chorar pelo leite(derramado)
E jorrando sangue pra todo o lado
Feito um cachorro manco e acorrentado
Pedindo socorro e apavorado
Com os fantasmas que o perseguiram
Durante os sonhos e adormecido
Agora sim!Ele parece acordado.
Traumatizado com o ocorrido
Doente de desejos esquecidos
Jogado num canto; calado
Abandonado pelos entes queridos
Aguarda o destino impacientemente
E morre doente, sem ser ouvido.