Abandonado

Uma borboleta aidética pousa

Sobre a cabeça de um poeta maldito

E faz um retrato bonito da morte

Do mesmo que em busca da sorte

Cortava o pé de coelho no grito

Com um pedaço do espelho quebrado

E os olhos inchados/vermelhos

De tanto chorar pelo leite(derramado)

E jorrando sangue pra todo o lado

Feito um cachorro manco e acorrentado

Pedindo socorro e apavorado

Com os fantasmas que o perseguiram

Durante os sonhos e adormecido

Agora sim!Ele parece acordado.

Traumatizado com o ocorrido

Doente de desejos esquecidos

Jogado num canto; calado

Abandonado pelos entes queridos

Aguarda o destino impacientemente

E morre doente, sem ser ouvido.

Almeida Silva
Enviado por Almeida Silva em 30/11/2010
Código do texto: T2646017