DESTINO  SURDO


Cada um no contrário num sujeito
que não julgue causa pelo tamanho efeito
sentir do amor qualquer firmeza
é privar-se do sentimento, a sutileza
aos lindos olhos seus, senão querer-me
no lugar do sentido que perdia
não sei o que me escrevia
dentro d'alma qualquer poesia

Causa d'uma longa história
se perpetuando nas letras da memória
pelo que em si se esconde
os sentimentos que lhe responde
senão um pensamento
terdes do amor o próprio sofrimento
e de desespero vos lembrais as muitas que padeço
a ver quem me condena
que tomai a triste pena
o mal que me tratais, o que não mereço
em promessas de amores que hoje padeço
a quem não tive suspeita em desabafo foi-me feita
essa minha tensão dolorosa e imperfeita...

Papel, que em versos a alma desafogo
num destino surdo, o poema que em lágrimas rogo.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 30/11/2010
Reeditado em 30/01/2011
Código do texto: T2645985
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