Ondulada

Em ser nem alegre e nem triste

transformo o pouco de meu em lava

sofro as pulhadas de lanças em riste

abandonada nas ondas bravas

Em ser nem alegre e nem triste

brinco de ser o deus do universo

crio anjos e demônios se não existe

cavo fundo a dor sobre versos

Em ser alegre no sol de setembro

beijo as flores do caminho escuro

apago meus passos e não me lembro

das dores murchas do destino duro

Em ser triste nas noites ermas

clamo alto pelo canto das sereias

corro a qualquer abismo que me queira

choro lágrimas de espanto por minhas veias

-Em ser o meio do nada

sem ponta fim dimensão

sou feito pluma alada

bailando acima de Nãos.

Paula Scoz Damázio
Enviado por Paula Scoz Damázio em 30/11/2010
Reeditado em 14/02/2011
Código do texto: T2645447
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