[Que Mal é Esse...]

Quem pensa reto, se pudesse,

não arquivava — não arquivava

na mente, nem no armário de ossos!

O que importa que algo seja

achado tempos depois da partida?

Que mal é esse, a sempiternidade

tão audaciosa quanto fútil?

Se já as águas são idas;

voados os pássaros

de ainda há pouco;

cerrados aqueles olhos

para todo o sempre;

calados os gritos

do pátio da escola;

o tempo tecido fino

nas teias das aranhas.

Então, por que,

por que arquivar?

Por que não apenas

contemplar as estrelas,

estas sim, as mesmas

arquivadas pelos

olhos daquela criança

que não morre em mim...

[Se amar é viver... esquecer é curar-se?]

[Penas do Desterro, 30 de novembro de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 30/11/2010
Reeditado em 25/12/2010
Código do texto: T2645266
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