...Amante sem Face...
Somente os corpos diurnos são afáveis,
Os seios noturnos são frutos de infinitos paladares,
Águas fundas e frescas,
Abluindo o fogo de um corpo,
Da chama os rios nascem,
Lentos oceanos a margem,
Do olhar devastado e impuro da Amante.
Transparente luz seca sobre a carne delgada,
Os lábios longínquos do outro,
A língua a dançar no corpo,
Em lentos deleites,
Em ébrios espaços ocultos ao acaso.
E como é forte o anseio,
Pulsando sobre o todo,
Dos perfumes e dedos,
Dos profundos melífluos laços,
Curvando-nos ao impudico,
Enguendo-nos ao re-enlaço...
Luxúria seria não lhe almejar...
Devassidão seria não lhe ter...
Pecado seria não lhe saciar...
...Perfeita sem face – isenta de nome...
...Rumor de tudo – vigor em mim...
...Fim e Nada...