PO / HEMÁCIA
Foi assim:
numa tarde nua de inverno,
triste e muda.
Nas asas
da aventura,
o vinho é um beijo
na boca da noite.
No amanhã que há em mim
a solidão do orvalho,
angustiante vida
que vence o próprio dia
no nascedouro.
O amor, brasa
na ponta do cigarro,
renasce,
como renascem os anticorpos,
milagre de vacinas várias.
Nos dedos entrelaçados
retorna o verão.
– Do livro FORÇA CENTRÍFUGA. Porto Alegre: Livraria e Editora P. Alegre, 2ª ed., 1979, p. 26.
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