SONHO DE VIVER-SE AO SEU LADO
"SONHO DE VIVER-SE AO SEU LADO"
Indivisível glória
De navegar
A história inesquecível
De viver-se
Invencível,
Invisível tempestade
Que o luto clareia
Feito bebida
Depositada em cálice
Areia clara
Indago desconfiado
Que despovoado pelo Índico
O indício é que nada se traga,
Do Pacífico
Fico,
Para o favor de
Povoar meus sentimentos
E deixá-los vivo
Para o alívio
Dos desecompromissados
Em resgatá-los
Desespero torrencial
Medieval,
O aval do boçal
É sonho que não acorrento
Essencial,
Vida destruída
Calada e taxada por ridícula
Figura evasiva e não revelada
Esdrúxula estravaza
E vaza como bica
Feche de desesperança
O que se ensaia
É que sua saia
Saia dos quadris para o chão
Fiz lanças com meus olhos
E os lancei
Em sua direção
Barroco e artesão;
Tensão do corpo que treme
Para o velado valor oneroso
Que tomo ao encontro de seu ventre
Decreto jamais ter-me remoto
Ao modo correto de seu intento
Crepúsculo épico de decrépto incauto
Consta nos autos,
Seu conteúdo violento
Pintura que a formosura
Avaliza com os músculos
Vascila para que se ajoelhe rápido
E do rapto faria-se o ápice
E a lápide
De meu constrangimento
Do tingimento das faces
Não há como dizer-se
Que não há o desgaste
Um raio fraco e dopado
Que volátil é o óleo
Que pela pele embute
Um culto inapropriado
Por onde curvei minhas vontades
E liberdade
Pela improbidade
De seus insultos
Figura que extravasa
Para que traga da orla falsa
A balsa que aborda a fatia
Que transporta a borda vazia
Com desespero
Para que se afunde com a mágoa
Com a calúnia calma que vinga
Feito o amor atordoado
Que se mingua.