Guerreiro
Sou um soldado imbatível, envergonhado,
sem poesia.
Impulsionado por um toque
ou por um beijo tênue.
Sofrendo sob uma efêmera chuva,
disfarçando lágrimas ansiosas
pelo sabre que enfeita, em silêncio, a morte
ou pela virgindade incandescente
que reluz nos seus olhos
e que brilha mais do que estrelas,
mais do que os sonhos.
Ávido...
Nesse combate sou um deus sem
cultos que adormeceu
e nem um grito ou um sopro pode me pôr de pé.
Mas bem sei feito a lua
e pelo meu sangue guerreiro
que a guerra ainda soa trombetas
e que não acabou.
Sou um soldado imbatível, envergonhado,
sem poesia,
Mas com sangue
e armas nas mãos.