A BEIRA DAS MÁGOAS
A beira dessas mágoas
como na margem do rio
que me afoga como águas
que me cobrem e não contrario.
Na vida que tudo resolve
se não resolve se dissolve.
Mas a dor é como fogo
e morro em tanto desafogo.
Nesta prova arceba e fugaz,
do meu limite a testar
se resisto, encontro a paz,
senão pode vir afundar.
E estou privado de teu afago,
de sentir teus carinhos;
no desejo de mim, me apago,
juntos estamos sozinhos.
Tem amor sem amor que se dá,
da-se amor sem dar amor,
fico antes mesmo que se vá
nas frases a se decompor.
Mas numa noite de calor
quis minha pele sentir o chão frio,
refrigério do dissabor
na margem deste meu desafio.
E se alço a minha voz para cantar
como o vôo do pássaro branco
sinto a tua pele distanciar
e a nossa relação em pranto.
O nosso amor não tem um símbolo,
tem apenas a marca de um dia
nenhuma musica nos lembra
quando estamos em harmonia.
Nunca te ouvi falar de amor
a não ser quando me perdias.
Se me tens, sou teu salvador,
trancava a boca e nada dizias.
Dizem que falar não prova,
senão a própria atitude,
meu amor numa alcova,
não vejo nisso virtude.
Sinto amor ao me olhares,
mas sinto que dele queres fugir,
mas tudo é melhor em pares,
não quero que me venhas pungir.
Apesar do teu lindo brilho
como na noite o luar
o teu silêncio é impecilho
para livre eu poder te amar.
(YEHORAM)