A BEIRA DAS MÁGOAS

A beira dessas mágoas

como na margem do rio

que me afoga como águas

que me cobrem e não contrario.

Na vida que tudo resolve

se não resolve se dissolve.

Mas a dor é como fogo

e morro em tanto desafogo.

Nesta prova arceba e fugaz,

do meu limite a testar

se resisto, encontro a paz,

senão pode vir afundar.

E estou privado de teu afago,

de sentir teus carinhos;

no desejo de mim, me apago,

juntos estamos sozinhos.

Tem amor sem amor que se dá,

da-se amor sem dar amor,

fico antes mesmo que se vá

nas frases a se decompor.

Mas numa noite de calor

quis minha pele sentir o chão frio,

refrigério do dissabor

na margem deste meu desafio.

E se alço a minha voz para cantar

como o vôo do pássaro branco

sinto a tua pele distanciar

e a nossa relação em pranto.

O nosso amor não tem um símbolo,

tem apenas a marca de um dia

nenhuma musica nos lembra

quando estamos em harmonia.

Nunca te ouvi falar de amor

a não ser quando me perdias.

Se me tens, sou teu salvador,

trancava a boca e nada dizias.

Dizem que falar não prova,

senão a própria atitude,

meu amor numa alcova,

não vejo nisso virtude.

Sinto amor ao me olhares,

mas sinto que dele queres fugir,

mas tudo é melhor em pares,

não quero que me venhas pungir.

Apesar do teu lindo brilho

como na noite o luar

o teu silêncio é impecilho

para livre eu poder te amar.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 29/11/2010
Reeditado em 30/11/2010
Código do texto: T2643738
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