FALAR MAL

Se a cada desafeto em nossa vida

Fôssemos ilustrá-lo sobre nós

Não teríamos tempo pra mais nada,

E haveria azedume em nossa voz.

Somente estresse e mágoa mal contida

Com sanha de vingança atormentada.

Então deixem que falem à vontade,

Sejamos como a pedra tumular

Que, fria e muda encerra só verdade

E é temida por peso singular.

A vida é tão difícil mas, é assim.

Deixem que o povo ocioso fale mal

Mas, não me ignore, falem mal de mim,

Ao menos uma coisa é verdadeira:

- O falar mal é um treco subjetivo –

Que ofende mais a boca faladeira,

Mas, posso ter certeza... Que estou vivo.

Salé, 24/11/10, às 20h