Extremos Opostos
Eu queria um abraço.
Mas não qualquer braço que (envolve assim).
Queria um traço, como um pingente,
Que pusesse algo à minha frente
Fosse bem diferente de mim.
Compreendesse e ainda assim
*Acrescentasse* essa falta que me incomoda
Algo distante de qualquer moda
Algo bem longe de qualquer fim
Uma coisa bela, singela,
De grave sentimento
E ainda, sempre e sempre:
Diferente de mim.
Agressivo ardor de paixão e de coma
De amor... Tão pequeno...
Que aperta e é tão bom!
Singular explosão de entorpecer tal soma
Mas que carinhosinho fosse,
Desse vontade de beijar de leve
E fosse geladinho como a neve
Mas ainda coberto de calor!
E eu dançaria isso tudo,
Vestida da seda mais VERMELHA!
Agressiva cor, e singelo recorte,
Que por mais fogo que pareça
... Seria leve sutileza.
Tão negro como a vida
E tão vivo como a morte.