Extremos Opostos

Eu queria um abraço.

Mas não qualquer braço que (envolve assim).

Queria um traço, como um pingente,

Que pusesse algo à minha frente

Fosse bem diferente de mim.

Compreendesse e ainda assim

*Acrescentasse* essa falta que me incomoda

Algo distante de qualquer moda

Algo bem longe de qualquer fim

Uma coisa bela, singela,

De grave sentimento

E ainda, sempre e sempre:

Diferente de mim.

Agressivo ardor de paixão e de coma

De amor... Tão pequeno...

Que aperta e é tão bom!

Singular explosão de entorpecer tal soma

Mas que carinhosinho fosse,

Desse vontade de beijar de leve

E fosse geladinho como a neve

Mas ainda coberto de calor!

E eu dançaria isso tudo,

Vestida da seda mais VERMELHA!

Agressiva cor, e singelo recorte,

Que por mais fogo que pareça

... Seria leve sutileza.

Tão negro como a vida

E tão vivo como a morte.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 28/11/2010
Reeditado em 28/11/2010
Código do texto: T2642538
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