Fobia

Muitas vezes, tenho saudade de sair por aí,

sem rumo,

sentar num piano-bar,

ouvir uma boa música...

Me lembro dos medos

e logo recuo.

Aprisiono a liberdade dentro das paredes

onde me encontro segura.

Outras,

tenho vontade de sentir sob os pés

a areia quente da praia,

o sol a aquecer meu corpo numa longa caminhada...

De novo,

sinto o medo assaltar meus instintos.

Recolho-me na concha onde sinto protegida.

Não sei quando ficarei livre das máscaras, dos medos,

das maldades que assolam o mundo,

da violência que vejo

em cada rosto que cruza o meu caminho...

Até que ponto aguentarei a limitação

dos meus passos,

da minha vida?

Qual é o preço da nossa segurança?

Deixar de viver

mesmo sentindo a vida ainda presente?

Quero apenas viver

sem medos...

junho/2003

bette vittorino
Enviado por bette vittorino em 14/10/2006
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