TENTEI CANTAR SOZINHO
Olhando por cima de meu ombro
Vejo a terra na discórdia
Banhada na ignorância.
Que na verdade são meus olhos,
Embaçados por minhas lágrimas
Que nascem na fome.
São poesias que não penetram
Nos rudes ouvidos da vingança
São a flor da morte.
São as dores do mundo inteiro.
É o poeta morto pela peste, pela guerra, pelo ódio.
Olhando no espelho de sangue,
Único destroço de tua imagem, mundo,
vi-me sozinho rindo de mim mesmo.
vi-me tolo chorando por quem não conheço:
louco, brindando no cálice,
talvez o mesmo da venerável,
talvez a fonte da vida.
Só me resta deixar
A dúvida.
Latente e lenitiva. Única e viva.
A dúvida perene que vive
Vida própria. Semente da vida.