Quarto

Labaredas que clamam

e se apagam aos poucos.

Estradas vazias onde a vida se perdeu

em busca de coisa alguma.

Tudo é força do esquecimento

quando a essência das coisas se extigue

e o pêndulo do relógio parou no ontem.

O cantar do pássaro distante já não adianta.

Tampouco este vento nas árvores.

Neste quarto escuro só o vazio pode entrar,

aqui não há nada para criar ou existir

somente a solidão intensa dos dias não vividos.

Karla Alves
Enviado por Karla Alves em 27/11/2010
Reeditado em 27/11/2010
Código do texto: T2640057
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