Quarto
Labaredas que clamam
e se apagam aos poucos.
Estradas vazias onde a vida se perdeu
em busca de coisa alguma.
Tudo é força do esquecimento
quando a essência das coisas se extigue
e o pêndulo do relógio parou no ontem.
O cantar do pássaro distante já não adianta.
Tampouco este vento nas árvores.
Neste quarto escuro só o vazio pode entrar,
aqui não há nada para criar ou existir
somente a solidão intensa dos dias não vividos.