Escrutínio!

Largados no meio da rua feito sacos,

Pedras perdidas cobertas de pano molhado,

Bate gota na folha que dista do espelho,

Azul alagado de zinabre & ferrugem,

A pelugem túmida escondida pelo silêncio,

Daquele velcro que tantaliza a espuma,

Zona de abate na sessão vesperal de cinema,

Cara de Sol com aquele jeito de plástico,

Tudo funciona até umas certas horas,

Depois é pane geral no melhor do carnaval,

Goles de café para cigarros alados, balas,

O saco explodiu com a imensa espera,

Navegação interrompida, a linha só cai,

Esqueceu a sacola no ônibus que foi para Marte,

No coração das trevas, outras histórias,

Monarquistas & republicanos acendem o lampião,

Pneus cortam a estrada, outro estouro no bolso,

Chutaram a família para fora de casa, drogas,

Puxe a cortina, esconda o rosto & a vergonha,

Outro chocolate lambuzado de dedos,

Deixou a lira cair no chão com cara de ativista,

Todas as mentiras que governam a verdade,

Entre alguns, perfeito é pensar igual a grande rede,

Como se alguma vez chegaram a pensar direito,

Jogo de escolhas, encolha & engula vítima,

Tão medíocre como não pensar em nada,

Folha branca, chapa branca, bancarrota,

Cágados em extinção lá pela Ilha de Páscoa,

Play the game na pax notívaga, bruxo,

Sapos acústicos falando de hipocrisia geral,

Como Narciso & seus múltiplos espelhos,

Semanário no contador de pesos & medidas,

O vermelho que toca, azul para chorar depois,

Arriscou na loteria a última moeda,

O barqueiro que volte no próximo século...

Jogaram a pirâmide no lixo ontem, avulsos,

Mais algumas gotas esperando a passagem,

Enche a sacola na vida múltipla sem beiras,

Querendo uma vida sossegada, pastoreia,

Meteu o boné na contra-mão, tudo couro,

Assoviou feito passarinho de tanto gozar,

Rolam mais lágrimas enquanto a solidão bate!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 14/10/2006
Reeditado em 15/10/2006
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