eu minto
quando as nuvens de sal
dos teus gritos
vindos da tua boca
brasas ardentes
que queimam minhas roupas
que me deixam o corpo inerte
em chamas
jogado nessa cama
vazia
atiçam a minha boca fria
num beijo longo
e faminto
que nunca exisitiu
mas que até hoje eu sinto
mas que até hoje eu vivo
como se numa viagem abstrata
num gole mágico
de absinto
num sonho trágico
preso num labirinto
mas quando o meu peito aperta
quando me doi
lá de dentro
o amor
eu finjo
eu disfarço
eu minto
com se não precisasse
nunca mais em mim
daquela dor