eu minto

quando as nuvens de sal

dos teus gritos

vindos da tua boca

brasas ardentes

que queimam minhas roupas

que me deixam o corpo inerte

em chamas

jogado nessa cama

vazia

atiçam a minha boca fria

num beijo longo

e faminto

que nunca exisitiu

mas que até hoje eu sinto

mas que até hoje eu vivo

como se numa viagem abstrata

num gole mágico

de absinto

num sonho trágico

preso num labirinto

mas quando o meu peito aperta

quando me doi

lá de dentro

o amor

eu finjo

eu disfarço

eu minto

com se não precisasse

nunca mais em mim

daquela dor

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 27/11/2010
Reeditado em 27/11/2010
Código do texto: T2639722