PÉROLAS DE CHUVAS
Universo completo, vida integrada
À busca vou de canções saudosas
Dos tempos floridos da tenra idade
Quando quase tudo era magia
Traziam pérolas as chuvas caídas
Acariciavam a nudez do meu corpo-criança
Estampado nos lábios casto sorriso
Vontade latente de entregar-me inteira
Nos braços amigos do Criador Supremo.
Mas cresce a criança, torno-me mulher
As pérolas das chuvas machucam-me o corpo
Mister, portanto, esconder a nudez
Tudo tornou-se diferente demais
Foi-se, nas pérolas das chuvas caídas
A nudez pura do meu corpo-criança
Restou-me o desejo fremente, próprio da mulher feita.
Santa Luzia do Paruá (MA), 1987
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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 24.
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