PÉROLAS DE CHUVAS

Universo completo, vida integrada

À busca vou de canções saudosas

Dos tempos floridos da tenra idade

Quando quase tudo era magia

Traziam pérolas as chuvas caídas

Acariciavam a nudez do meu corpo-criança

Estampado nos lábios casto sorriso

Vontade latente de entregar-me inteira

Nos braços amigos do Criador Supremo.

Mas cresce a criança, torno-me mulher

As pérolas das chuvas machucam-me o corpo

Mister, portanto, esconder a nudez

Tudo tornou-se diferente demais

Foi-se, nas pérolas das chuvas caídas

A nudez pura do meu corpo-criança

Restou-me o desejo fremente, próprio da mulher feita.

Santa Luzia do Paruá (MA), 1987

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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 24.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 27/11/2010
Reeditado em 18/04/2012
Código do texto: T2639443
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