Drágeas coloridas
redondas, elípticas
Elas saram os meus rins,
meus pulmões
A dor de cabeça
Acalmam as gotas!
Tiram-me as vertigens
De dor e do gozo!
Aliviam meu sufocamento asmático
Tirando o pó dos meus pensamentos
Fazem faxinas...
Minha mente fica brilhante!
Os medos cessam – fico valente
A dor tensional e a inconveniente
As dores de amor...
Desfazem lentamente...
Fico eufórico, aborto a melancolia.
E todo sentimento fora de hora
Que me preenchia.
Empurram pro canto escuro as bagagens
Surradas da vida, e me restauram a visão.
Destroem o desejo do mal
Me faz parecer racional e são
Eu rio e nem preciso de preces
Fico leve e sem apreensão
Diante do pânico da vida
A questões resolvem liberando endorfinas
Inibindo minha má conduta e minha reação!
Elas comprimem os sentimentos atrozes
No coração domam a ferocidade contida
Os velhos resquícios de depressão.
Aumentada a dose, diminui solidão.
Uma combinação fantástica de cores
Azuis, brancas, amarelas um arco iris perfeito
Pra corrigir no caráter os defeitos
Drageas coloridas com efeito de deus
inventando novas verdades
Mascarando a humana fragilidade
Refazendo a imperfeição do meu “eu”,
Cristhina Rangel.