Tiros no Rio (grito afônico)
Balas voam como vespas
Ceifando vidas inocentes
Que são vistas como colaterais baixas
De pouco valor e insignificantes patentes!
Não importa de onde elas vem
Nem para onde vão,
De um lado 2 caem
Do outro vê-se negro caixão!
E na base de toda essa guerra
Tenho uma amarga visão:
Vejo a hipocrisia que a todos agarra
E joga no ensanguentado chão.
Dizem ser uma guerra as drogas
E a sedenta corrupção
Mas esquecem que onde há homem
Há um corrupto elevado a "n" potências.
Esquecem de ver que a culpa de tudo isso
É do maldito Estado, que não faz aquilo que deve,
E ainda por cima cospe nas suas indesejadas crias
Tratando-os como excrementos de aborto.
Proibem as drogas sem saber o porque de proibir
Dizem que faz mal, mas esquecem que
A maior droga que há é estupidez e a falta de educação
Que gera essa massa de "bandidos", de inimigos na nação,
Quando na verdade os bandidos são aqueles
Que nos dizem não, que nos negam o direito de sorrir
E de sonhar com um melhor porvir. Bandidos
São aqueles que nos roubam e nos tratam como mendigos...
Enquanto isso as vespas continuam a zunir no Rio
Matando mais pessoas do que as "malévolas" drogas em si...
Lançam os blindados e o povo de pé aplaude
Enquanto isso não sei por que sorrir
Mais irão morrer, crianças não verão o sol nascer...
Enquanto a hipocrisia nomeada de Estado existir
Veremos mais e mais cadáveres ao solo ir,
E os reais problemas continuarão a crescer...