:::::JANELA DA VIDA:::::




Sob a madeira envelhecida da janela cinzenta
adorna sua tintura a minha lágrima sedenta
Tal qual verniz de quimeras em poesias
são as gotas de minhas noites frias

Molham incessantes os vidros embaçados
em lua que míngua os encantos dobrados
No hálito impiedoso do desejo
que não encontra saída além de intermináveis beijos

Me contorço em minha imobilidade
sou espectro da minha tola ansiedade
não desejo nada das palavras rasgadas
quero somente o silêncio da paixão abstrata

Pois a mim, pouco falta do tudo que não tenho
nesta paz desencontrada, que espantada, detenho
qualquer lástima é apelo e não simboliza nada
diante da vida e suas ciladas..sou eterna namorada

Mas de tudo, um alívio
meu livre arbítrio
Expulso o frio e viajo além do infinito,
lá é minha casa!


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 25/11/2010
Código do texto: T2636991
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