Já não me bastas
quando em botão solitário
tão pouco me dás
em jarra pequena
de porcelana
trincada.
Não.
Não foi assim que imaginei.
Sonhei com pétalas fartas
em cristal transparente
sorrindo ao vento
que entra sorridente
pela janela da sala,
vindo do roseiral.
Foi assim que sonhei.
De Ti cuidei em jardim tão plano,
tão pleno,
tão pródigo em borboletas azuis.
Todas ao teu redor,
apenas no aguardo dos teus chamados.
Teus desejos não medi,
a todos prontamente atendi
e olha o que me tornei:
objeto dos teus desejos.
És feito egoísta
e perfumada rosa,
bem sei.
Não.
Pior.
És muito pior.
Dos teus intermináveis caprichos
e dos teus afiados espinhos
que furam meus dedos
me cansei.
Pois se a desilusão é o buquê que me trazes
e o sentimento que me fazes
é esse eterno não ser,
adeus.
Vou cultivar alfaces.