Espólio
Espólio
Fiz um inventário
Desse romance abortado:
Quatro patéticos poemas
(este incluso!)
Que renderam
Boas risadas
Por serem prontas piadas...
A poesia, parte imaterial,
Da criação poética
Permanece,
(Assim como esse amor descorrespondido)
No plano do Ideal...
Rendeu também um avião
(parte material)
Pra aumentar
Uma pequena coleção.
Porém,
Metáfora de liberdade
O avião foi só um brinquedinho momentâneo:
Hoje está estático
Sem piloto normal ou automático
Sonhando com fingido céu
E fugidios astros errantes...
E livros
Um como presente dedicado,
(De uma alma imoral para outra)
Outro emprestado
(devo devolver?)
Que ainda não terminei de ler...
Não há como inventariar
(Ou quantificar)
A duração do sentimento:
Neste tempo ora presente
Menos do tempo levado
Pela Terra viajando pelo Cosmo...
Mas sei que esse querer-bem
É de tempos imemoriais
Perdido no constante ir-e-vir
De marés cheias e vazantes,
Em passagens meteóricas
De Cometas ancestrais...
Se nesse tom continuar
Ainda resta inventariar
Momentos prazerosos
Que ficarão para sempre
(ainda que o ‘sempre’ termine breve)
Impregnados nos cinco sentidos principais.
Momentos que ficarão
Entre quatro paredes, guardados,
Protegidos por uma lápide
Para jazer em eterna Paz!
Geni Alves dos Santos (30 de abril de 2009)