Os corpos se entendem, as almas não

Só agora percebi

o porquê do fel

nos meus amores, sem razão,

[apodrecidos.

Descobri, assim, de súbito:

Nas palavras simples,

de um homem simples (já em

decúbito)

- Os corpos se entendem,

[as almas não.

Tão direto e tão duro

quanto a certeza da morte.

[...] E eu não pude ver...

Tão exposto e corrosivo

quanto a ferrugem

[...] E eu não pude ver...

Meu coração não pode

sentir o peso

de nenhuma dessas palavras

[e sofreu

porque não soube amar:

Amou sempre com o despojo

[da alma

e não com a razão do corpo.

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 25/11/2010
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T2635278