INOCÊNCIA DISTANTE



Caminho por caminhos que nem sei
ando por esquinas que nem imaginei
Por entre avenidas quase loucas
de insanidade são tão roucas
Entre as sombras de concretos exatos
nos pés mórbidos do asfalto
só o pó é poeira sem beira
São restos de qualquer besteira
Nessa inocência bem distante
que nas pedras não se detém
nesse indo e vindo de ninguém
no preto e branco do cimento
pessoas sem sentimentos
Um lapso de não sei quem
de não sei onde...
...o neón é só um suspiro agonizante
nestas terras, retas, sem horizonte.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 24/11/2010
Código do texto: T2635076
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