DESEJO VERMELHO
Auréolas fulgurantes
Arrebóis sóis distantes
entre espelhos estilhaçados
reflexos amordaçados
Urgem caminhos
vivo o segundo de um sol poente
pulsando os desejos urgentes
nos olhos de uma retina cega
desesperados em espera
Chove cântaros no telhado
chora o céu os dissabores
desencavando a unha os meus medos
lavando a alma de seus rumores
Dentro de mim, arde um fogo impiedoso
que lambe a fé, a inquietação e as dores
Invadida, me enrosco
em mudança súbita e inesperada
Elevo o olhar sobre as questões
que inquietam a exaustão
Descubro respostas que
se escondiam em mim mesma
Expandindo os labirintos
minhas artérias pulsantes de paixão
Meu desejo vermelho, tingindo a razão.