Um alguém e um Poeta

 

Ora, Poeta, por que hás de escrever

os sentimentos d’um coração?

Todos nós somos iguais, os dias são iguais.

Há dentro de ti uma vida, um coração igual.

A paixão? Ah, não importa a cor!

Todos os sentimentos são de amor!

 

Não te invoques o além...

Eu não quero imaginar mais nada.

Eu não quero mais sorrir do nada.

Eu só quero entender a vida,

porque haverá de ser cumprida

dentre os meus dias também...

 

Não me conte os teus segredos

porque eu não quero mais saber.

Conta-me apenas de seus medos

porque eu já temo você...

Não mais queiras de mim o esplendor

sendo que eu já sou todo o seu fulgor

em seus dias de solidão!

 

Oh, trovador, o que hás de ser do meu alguém?

Dos meus sonhos? Da minha esperança?

Queiras em razão me compreender

Sob a sua infinita aliança...

Por que haverá de nos céus o seu viver

ser os cumprimentos dos murmúrios teus?

 

“Porque na vida todos têm

dentre os cantos que convém

o Amor, sobre os infinitos olhos de Deus!”

 

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 24/11/2010
Reeditado em 08/12/2010
Código do texto: T2634721
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