VIDA VAZIA

Eu sou a caatinga ferida,

Sedenta, pelada, desnutrida,

O campo branco do sertão;

Sou aroeira, o ipê roxo,

O gado magro sem cocho

Perdidos sem alimentação.

Eu sou a vida tirana,

Vazia, fraca, cigana

Sem rumo, sem direção;

Sou o sonho e a fantasia

Sem saudade, sem nostalgia

Um corpo na solidão.

Eu sou o mundo sem cores,

Um coração sem amores,

Uma flor sem jardim;

Sou um mar sem magia,

Um retrato sem alegria,

Um caminho sem fim.