NATURAL DIVINO
Entre passagens de pedras bonitas
O ruído das águas que correm
Ao redor, árvores de tamanhos quase iguais
Balançam, dançam ao ritmo do vento
E aquecem este meu sedento corpo.
À vista, no alto, nuvens escassas
Sobre o azul imenso, do branco, o contraste
E aqui o verde, espalhado o verde.
Este travesseiro que me amortece o corpo
Sobre estas pedras de imensa beleza
Pássaros, borboletas, lagartixas passeiam
Dizem-me que também existem.
O sol mostra-se em toda a sua realeza
E fica tudo, a exemplo de amigos fiéis.
Exponho ao sol esta minha matéria
E deixo que me toste inteira
Para, a carne, purificar-se.
Ao sentir-me sã, por completo,
Viajo ao longe e me solto no ar
Ganho a certeza de ser dona de mim
Pois o bom Deus está a me dizer assim.
Batalha-Piauí, 1986.
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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 21.
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