Neve
A neve suave e fria
desliza entre meus cabelos
delicados flocos
de uma brancura comovente
Pela janela observo os telhados
das casinhas brancas
salpicadas de cravos vermelhos
um sopro quente de vento
surge trazido pelo sol
sonho
delírio
nos rostos que me observam das outras janelas
vejo a palidez secreta que o tempo imprime
Desejo
quero
o sol de um púrpura alaranjado
textura suave e nudez de luz
me perder neste labirinto
de viagens e olhares
na tua beleza sóbria e cordial
nos loucos momentos que passamos
e descubro que desejo ardentemente
o que ainda não tive
sentindo saudades dos beijos
de uns lábios nunca tocados
do abraço esperado
do primeiro encontro