CRIANÇA TRISTE / APELO

Por que estás, assim, criança,

Sem amanhã, sem sorriso, sem viver,

Esquelética, suja, abaixo?

Por que, criança, a gemer ficas,

Sem pão, sem amor, sem teto?

Geraram-te e te deixam às pragas.

E tu, sociedade de homens falhos,

Que irresponsáveis seres crias.

Maldito sois vós, ó homens maus,

Que apenas, por prazer carnal geram vidas.

Sois qual câncer fecundo e vasto

E sem que punidos sejais,

Persistis em monstruosos crimes.

Ó Deus retorna, rápido, o teu filho,

Antes que a terra se torne

Inferno vivo de demônios tantos

A tragarem, sempre, as suas vítimas.

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Do livro "Caminhos Ainda", Edição da autora / APL - Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 19.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 23/11/2010
Reeditado em 15/02/2012
Código do texto: T2631574
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